Inflação impacta alimentação no Brasil e força cortes em casa
A inflação e alimentação no Brasil continuam sendo temas centrais no dia a dia da população. Segundo pesquisa do Datafolha, realizada entre os dias 1º e 3 de abril com 3.054 pessoas em 172 municípios, mais da metade dos brasileiros afirmou ter reduzido a quantidade de alimentos comprados nos últimos meses. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais.
Consumo de alimentos em queda
O impacto da alta de preços tem levado consumidores a substituir marcas, evitar restaurantes e até cortar itens básicos do cardápio. O café, por exemplo, já acumula aumento de 77,78% nos últimos 12 meses, segundo o IPCA. O tomate (22,55%) e os ovos (13,13%) também registraram altas expressivas apenas no mês de março.
Essa situação tem forçado mudanças significativas nos hábitos de consumo alimentar, afetando principalmente as camadas mais pobres da população. De acordo com a pesquisa, uma em cada quatro pessoas declarou que a comida em casa não é suficiente para atender às necessidades da família.
Cortes no orçamento doméstico
O impacto da inflação vai além da alimentação. Cerca de 50% dos entrevistados relataram cortes no consumo de luz, água e gás, além de mudanças no estilo de vida para conter os gastos. Muitos também afirmaram ter buscado fontes extras de renda para equilibrar o orçamento.
As dificuldades enfrentadas pelas famílias brasileiras revelam um cenário de alerta para a economia nacional, especialmente em relação à segurança alimentar e ao aumento da vulnerabilidade social.
Percepção da responsabilidade
O levantamento também identificou que mais da metade da população atribui parte da responsabilidade pelos aumentos ao governo federal. Apesar disso, outros fatores como a crise climática, guerras internacionais e quebras de safra também foram apontados como contribuintes para o atual cenário inflacionário.
A crescente insatisfação popular tem afetado a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, atualmente, enfrenta os piores índices de aprovação entre seus três mandatos.
Com o aumento constante no custo de vida, a expectativa é de que o tema continue em destaque nas próximas discussões políticas e econômicas.